História de São Sebastião


Navio Negreiro


Fazenda Santana


O Tronco


Casa de Moenda


Fazenda Santana

A capitania de São Vicente ( região onde se encontrava São Sebastião ) foi a pioneira no cultivo da cana-de-açúcar, mas devido a ausência de grande quantidade de terras planas que facilitassem a implantação da agroindústria essa região voltou-se para o cultivo da agricultura de subsistência baseada em roças de mantimento, cana e algodão. Somente em fins do séc. XVIII cresce a produção de açúcar para exportação. Diferentemente da região nordeste, São Sebastião continuou a cultivar paralelamente a lavoura da cana, as roças de mantimento, inclusive para alimentar a população do nordeste já que nesta região era praticada somente a cultura da cana.

Outra diferença consiste na construção dos engenhos, onde no nordeste eram movidos a tração animal e em São Sebastião movidos à água. No ano de 1788 a população de São Sebastião era estimada em 3.500 habitantes onde cerca de 1.000 eram negros. Já no ano de 1844 há registro de que essa população tenha aumentado para pelo menos 2.000 escravos que trabalhavam não só na produção de açúcar, mas também de aguardente, fumo, algodão, café, nas olarias da fazenda Carmelita do Guaecá, na construção dos Fortes, como canoeiros, pescadores, etc.

O sistema escravista Sebastianense não foi tão rígido como o baiano ou mesmo pernambucano, talvez pelo não compromisso de se produzir grande quantidade de açúcar. Nesta região pode-se dizer que, o número de negros aumentou após a proibição do tráfico de escravos iniciada a partir de 1830, devido talvez ao contrabando de escravos feitos principalmente pelo litoral paulista.

A costa brasileira foi colonizada com o objetivo de se implantar a agroindústria da cana-de-açúcar pois, na época além do açúcar ser considerado um artigo de luxo, era uma prática já utilizada nas ilhas africanas como: Açores, Cabo Verde, etc. Esse tipo de economia comercial era galgado num tripé onde toda a produção da cana visava a exportação, monocultura e trabalho escravo. Trabalho este que inicialmente foi feito pelos índios que eram capturados através do bandeirismo de apresamento, mais tarde a mão-de-obra passou a ser negra pois, além destes já estarem acostumados a esse tipo de trabalho, era um negócio lucrativo, os negros eram trocados na África por quinquilharias e trazidos todos amontoados num navio e chegando no Brasil eram leiloados e vendidos por um preço bem alto. Quanto mais novo o negro, mais caro era vendido. Aqui na região de São Sebastião existe referência de que esse tipo de trabalho foi utilizado principalmente no séc. XVII.

Ao escravo cabia total obediência ao Senhor que, devido a sua condição de proprietário de terras acabava por impor seu poder através de uma estrutura escravista, submetendo todos os que não fossem possuidores de escravos à sua autoridade. O escravo morava nas senzalas e não tinha nenhuma participação na vida política e era realmente considerado um objeto.

Para facilitar a escravização, os escravos eram vendidos separados de sua família a fim de não existirem laços, além de serem proibidos de praticarem qualquer forma de cultura, religião que não fosse imposta. Muitos desses escravos não aceitavam essa imposição, desobedeciam ou mesmo fugiam. Para garantir a plena execução do trabalho, os senhores criaram algumas formas de repreensão, como por exemplo, o Pelourinho que entre outros, era a forma mais humilhante de castigo. Este processo acabou gerando a luta pela liberdade e posteriormente a abolição dos escravos. Mas não devemos esquecer que a eles devemos grande parte do desenvolvimento do nosso país.

Veja também:

  1. História
  2. Piratas e Corsários
  3. O Porto como Fator de desenvolvimento econômico
  4. Transportes
  5. Política
  6. Escravatura
  7. Formação Fundiária
  8. Comércio